Nesta animação stop-motion de 60 segundos, o Alfalfa Studio ilustra a bizarra história da vida e da morte de Julia Pastrana, que no imaginário popular do século XIX era conhecida como “a mulher mais feia do mundo”. Utilizando a arte popular tradicional mexicana, esta animação em stop-motion retrata poeticamente a história de Pastrana e celebra o seu regresso ao lar.
Resumo do Projeto
Para homenagear a repatriação do corpo de Julia Pastrana ao México em 2013, o Alfalfa Studio produziu um vídeo animado em stop-motion de dois minutos para o MX-Lab. Ele conta poeticamente a história de Pastrana (1834–1860), que no imaginário popular do século XIX era conhecida como “a mulher mais feia do mundo”.
Pastrana sofria de duas doenças raras e não diagnosticadas: hipertricose lanuginosa, que cobria seu rosto e corpo com pelos espessos, e hiperplasia gengival, que engrossava seus lábios e gengivas. Chamada de “mulher-urso” e “semelhante a um gorila”, ela percorreu a América do Norte e a Europa em exibições de curiosidades humanas. Mas também era uma bailarina graciosa, uma musicista talentosa e uma cantora dotada que se apresentava em inglês, espanhol e francês. De seus consideráveis ganhos, doava generosamente para instituições de caridade locais.
Após sua morte por complicações no parto aos 26 anos, seu corpo foi exibido durante décadas em espetáculos de “fenômenos” por toda a Europa. Em 1976, a polícia norueguesa enviou seu corpo para a Universidade de Oslo, onde permaneceu em uma coleção de espécimes anatômicos por quase 40 anos. Em 2013, mais de 150 anos após sua morte, Julia Pastrana finalmente retornou ao México para um enterro digno próximo ao seu local de nascimento em Sinaloa — um fim respeitoso para um longo ciclo de exploração.
Abordagem
Construindo nossa narrativa em torno da canção original “Come Back” do músico norueguês Magne Furuholmen, o Alfalfa Studio criou um storyboard que entrelaçava as complexidades e contradições da vida e da morte de Julia Pastrana: profanação e dignidade, feiura e beleza, cativeiro e independência, esquecimento e fama, ganância e caridade, exílio e lar. Graficamente, escolhemos a arte popular mexicana tradicional do papel picado para contar a história de Pastrana e celebrar seu retorno.
Resultado
O vídeo foi elogiado no 41º Festival Internacional Cervantino em Guanajuato, México, onde a animação estreou.