Esta exposição tem curadoria de Carlos Segoviano e da equipe do MAM.
Obras de mais de 40 artistas fazem parte da exposição Fábulas Fantásticas do acervo do Museu de Arte Moderna. Entre elas, estão os artistas jaliscenses Lola Álvarez Bravo, Sofía Echeverri, Jesús Guerrero Galván, Javier Kutz, Carlos Orozco Romero e Juan Soriano.
A exposição ficará em cartaz de 29 de agosto a janeiro de 2026 no MUSA, o Museu de Artes da Universidade de Guadalajara, com curadoria de Carlos Segovia.
Raúl Anguiano integra a exposição, com peças recentemente adicionadas ao acervo do Museu de Arte Moderna.
“Não apenas na arte mexicana, mas em toda a cosmovisão de diferentes territórios, existe uma espécie de culto ao mistério, que na arte moderna tendemos a associar estritamente ao surrealismo, mas vai além disso”, disse a curadora, referindo-se a uma reflexão de Teresa del Conde, pesquisadora e ex-diretora do MAM.
O Ministério da Cultura do Governo do México, por meio do Instituto Nacional de Belas Artes e Letras e do MAM, em colaboração com o MUSA, apresentam esta exposição com curadoria de Carlos Segoviano e da equipe do MAM, na qual visões inusitadas do cotidiano coexistem com seres de outros mundos, bem como realidades alternativas.
“Queríamos dividir essa ideia do mágico, do fantástico, em três módulos, um que tem a ver com o cotidiano inusitado, onde em lugares cotidianos algo mudou, algo se moveu. Não precisa ser necessariamente sobrenatural, mas é extraordinário.”
É neste primeiro núcleo que se podem observar imagens do Dia dos Mortos, por exemplo, como numa pintura de Cordelia Urueta onde a morte acompanha uma jovem em direção ao fim dos seus dias.
Outra seção alude à magia dos feitiços, onde rituais, sacerdotes e pensamento metafísico coexistem com xamãs, bruxas, feiticeiras e astrônomos, que alcançam uma visão além da realidade comum.
Outra abriga seres e figuras que transcendem a realidade, percebidos como presentes e acompanhando experiências em diferentes níveis e como parte de uma existência que parece um caminho para algo diferente. Exemplos incluem os personagens de Francisco Toledo, entre o zoomórfico e o humano, bem como as imagens de José Luis Cuevas, entre outros.
"São três caminhos nos quais poderíamos estar falando de realismo mágico, um realismo do maravilhoso e do fantástico", disse Segoviano.
“Acredito que a riqueza da exposição reside no fato de que a arte mexicana não é entendida apenas por meio de temas políticos ou costumes folclóricos, que, embora nos orgulhem muito e tenham sido um período importante da criação no México, existem outras formas de compreender a arte mexicana mais intimamente ligadas a questões de rituais, paranormalidade e experiências fantásticas.”
Carlos Segoviano / Curador
Sua linha de pesquisa concentra-se nas relações entre a vanguarda europeia e a arte moderna latino-americana, com ênfase especial nas coleções de museus de arte mexicanos e suas viagens internacionais, bem como na análise de gênero e no resgate de projetos e criadores esquecidos em relatos historiográficos.
Ele trabalhou como jornalista, palestrante, autor de ensaios para catálogos de arte e livros, além de guia de museus e professor universitário. É doutor em História da Arte pela Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), com especialização em curadoria pela Universidade Nacional Tres de Febrero, na Argentina.
Atualmente, trabalha como curador associado no Museu de Arte Moderna (MAM), onde atuou como pesquisador, gestor e curador das exposições As Duas Fridas: Um Conto de Duas Cidades (2019); Manuel Rodríguez Lozano: Os Retábulos da Morte (2020); Manifestos da Arte Mexicana 1921-1958 (2020 e 2022); e Graciela Iturbide: Retratos para um Ritual (2023), além de diversas cocuradorias.
Fonte