Quais são os tipos de IA?

Quais são os tipos de IA?


Quais são os tipos de IA? Entenda como elas se classificam e evoluem
Da automação simples à superinteligência, veja o que distingue cada modelo de inteligência artificial

Já não é novidade que a inteligência artificial (IA) está por trás de quase tudo o que usamos no dia a dia – do trabalho ao lazer, passando pela organização da agenda doméstica, e por aí vai. Essa presença ampla só é possível porque existem diferentes tipos de IA, desenvolvidos para executar tarefas específicas ou para aprender de forma autônoma de acordo com sua finalidade.

O que chega até nós é a resposta final, mas cada tipo tem o seu papel no funcionamento de aplicativos, plataformas e serviços digitais. Toda essa tecnologia forma uma rede invisível complexa, que transforma simples dados em decisões, previsões e experiências personalizadas.

Enquanto algumas são altamente especializadas e funcionam dentro de limites definidos, outras conseguem (teoricamente) aprender e agir com flexibilidade semelhante à humana. Para entender esse universo, especialistas costumam classificar os tipos de inteligência artificial de acordo com dois critérios: por recursos (ou capacidade) e por funcionalidades (ou modo de atuação). Essa distinção ajuda a entender o que a IA é capaz de fazer e até onde ela pode chegar, conforme veremos a seguir.
Tipos de inteligência artificial por recursos 

Sob esse aspecto, podemos avaliar o quanto a IA consegue se adaptar para chegar perto do raciocínio humano. Nessa escala, os tipos de IA principais são a estreita, a geral e a superinteligente.
IA estreita (ANI – Artificial Narrow Intelligence)

Esse é o estágio atual da tecnologia, e também o mais conhecido pelo público em geral.

A IA estreita (ou fraca) é programada para executar tarefas específicas com alto desempenho, mas dentro de limites rígidos. Em outras palavras, esse modelo é especialista, mas não consegue fazer conexões ou “pensar” o mundo de forma ampla, pois tudo o que ele faz é com base em padrões ou dados pré-treinados.
O ChatGPT, por exemplo, é muito eficiente em responder perguntas e gerar textos, mas não poderia dirigir um carro ou diagnosticar doenças. Da mesma forma, o Gemini é capaz de interpretar textos, imagens, áudios e realizar análises complexas com base neles, mas ainda assim não tem consciência para atuar fora dos parâmetros que recebeu.

Essa é a tecnologia que move a IA atualmente, e que está por trás das recomendações dos streamings, das redes sociais, dos tradutores automáticos e até das soluções para detectar fraudes em bancos. Embora não pensem como humanos, conseguem automatizar processos e aprimorar a produtividade com grande precisão.
IA geral (AGI – Artificial General Intelligence)

Um dos tipos de inteligência artificial mais ambiciosos é a IA geral, que representa a tecnologia capaz de aprender e aplicar conhecimento em qualquer área, exatamente como um ser humano faz.
Ao contrário da IA estreita, que precisa de treinamento para cada função, a AGI teria autonomia para transferir o que aprende de um contexto para outro. Por exemplo, se aprendesse um novo idioma, poderia usar esse conhecimento para compreender expressões culturais ou corrigir erros de tradução em um texto. Atualmente, nenhuma IA consegue fazer isso de forma totalmente independente.

Esse tipo de tecnologia ainda depende de avanços imensos em áreas como neurociência e aprendizado de máquina. Mesmo com o progresso contínuo dos modelos de IA generativa, a maioria dos especialistas concorda que a IA geral ainda está no horizonte de longo prazo.
IA superinteligente (ASI – Artificial Superintelligente)

Se o objetivo da IA geral é alcançar a mente humana, a superinteligente mira a sua superação em termos cognitivos e de criatividade.
Teoricamente, esse é o modelo perfeito de IA, que seria capaz de dominar áreas que vão da matemática à filosofia, da engenharia à arte, e assim por diante. Além da velocidade incomparável para processar informações, ela seria capaz de desenvolver ideias ainda não pensadas por humanos.

Por enquanto, ela é apenas um conceito que desperta fascínio e receio ao mesmo tempo. Pesquisadores e cientistas alertam para a necessidade de limites e protocolos de segurança rigorosos, pois uma eventual “alucinação” da ASI poderia causar danos que não se consegue imaginar.
Tipos de inteligência artificial por funcionalidades 

Enquanto a classificação por recursos avalia a “inteligência” da tecnologia, a divisão por funcionalidades considera a forma da IA interagir com o mundo.
Normalmente, essa abordagem contempla quatro tipos de IA: reativa, com memória limitada, teoria da mente e autoconsciente.
IA reativa

Basicamente, uma IA reativa responde a estímulos imediatos segundo regras predefinidas, sem armazenar experiências anteriores.

Um exemplo clássico são os semáforos inteligentes, que ajustam seus sinais com base no fluxo de veículos em tempo real, mas não guardam memória. Eles só respondem ao momento, pois não conseguem, por exemplo, “lembrar” de  congestionamentos ou padrões anteriores de trânsito.
Esse tipo de IA ainda é muito útil em aplicações industriais, jogos e sistemas que precisam de respostas previsíveis e rápidas, mas que não demandam aprendizado contínuo.
IA com memória limitada

Essa categoria aprende com dados e experiências anteriores, e é a mais presente em nosso dia a dia.

A IA com memória limitada ajusta suas respostas com base nas informações que coleta. É o caso dos carros autônomos, que aprimoram sua direção a partir da análise do trânsito, do comportamento dos motoristas e das condições climáticas.
O mesmo acontece com assistentes virtuais (como o Google Assistant) e aplicativos com recomendação (como o Spotify), que consideram o histórico do usuário para oferecer respostas personalizadas.

Esse tipo de IA depende de grandes volumes de dados (big data) e de modelos de aprendizado de máquina (machine learning) que vão melhorando a sua utilidade e “intuição” ao longo do tempo.
IA com teoria da mente

A partir de agora, passamos para os modelos em desenvolvimento. O primeiro deles é a IA com teoria da mente, inspirado na capacidade humana de compreender pensamentos, emoções e intenções.

Aplicado à inteligência artificial, essa tecnologia seria capaz de identificar, por exemplo, se alguém está triste, confuso, feliz ou irritado e responder de acordo com esses sentimentos. Pesquisas nessa área envolvem robôs sociais e assistentes de saúde, mas a interação com pessoas ainda não é suficientemente perspicaz.
IA autoconsciente

Por fim, a IA autoconsciente seria capaz de reconhecer sua existência, compreender o mundo ao seu redor e ter objetivos próprios. Na prática, ela teria condições de explicar os motivos que a levaram a dar uma resposta e, até mesmo, reconhecer erros e aprender com eles.

Embora esse tipo de IA esteja mais perto da ficção científica do que da realidade, o seu formato serve como referência para os debates sobre limites da tecnologia.
Fonte