Arte em Resistência pela Palestina

Arte em Resistência pela Palestina

Abu Faisal, o artista visual comprometido com Gaza e a Palestina.
Suas obras percorrem o mundo, à medida que a arte se torna resistência à guerra.

 


Acima de tudo, a arte e seus artistas, como intelectuais, se opõem e condenam toda morte entre os povos, todas as guerras que devastam a inocência da infância e massacram a consciência e a dignidade humanas em qualquer lugar do mundo. Onde está a Paz para os povos? Enterrado no cemitério do esquecimento sob a impunidade da morte pela guerra imposta que prevalece no século XXI, o artista, em sua mais profunda essência de liberdade, condena inequivocamente atos de ódio, terrorismo e violência em todas as suas formas contra qualquer povo do mundo, afirma o artista visual e plástico Abu Faisal, que criou mais de 2.000 obras de arte, visuais e urbanas, comprometido com o povo palestino e a paz, com sua tragédia sob a ocupação colonialista israelense de 75 anos desta Nakba permanente.

Nascido em 30 de março (1971), por coincidência do destino que coincide com o Dia da Terra Palestina, ele defendeu a causa palestina e os direitos humanos desde os 14 anos. Durante sua juventude, serviu no Escritório de Informação Palestina, que se tornaria o primeiro representante da delegação da OLP na Argentina na década de 1980. Entre suas funções como intelectual, fundou duas agências de notícias palestinas independentes e o jornal palestino "Libertação Palestina". Ele também é escritor político sobre assuntos do Oriente Médio para várias redes internacionais de notícias de TV e rádio, além de palestrante. Foi escritor e artista, membro honorário da Federação Geral dos Sindicatos Palestinos na Faixa de Gaza. Ele também comemora 10 anos desde que se tornou o primeiro artista latino-americano a realizar uma greve de fome de 53 dias, em 2013, em solidariedade aos presos políticos palestinos e a pedir a troca de sua própria vida pela de um compatriota palestino mantido em cativeiro nas prisões do regime de ocupação israelense.

 



Suas obras representam a memória histórica da tragédia da infância palestina, através de uma menina correndo sobre um tanque de guerra virado, enquanto bombas caem sobre ela e sobre a imagem borrada de crianças correndo sob a guerra. Só de vê-la, já se diz tudo. O tanque de guerra virado da ocupação representa a derrota do colonialismo e da guerra na Palestina. A Menina, a Palestina da Paz, é a testemunha de seu tempo. Gerações de crianças palestinas nasceram sob as bombas e a destruição da ocupação do exército israelense. Mais de 80% das crianças em Gaza vivem com a Síndrome de Gaza, convivendo com ataques de pânico e medo de qualquer barulho, porque se lembram do som das bombas em suas casas e da morte de seus familiares e amigos. Gerações de palestinos que nunca conheceram a liberdade, apenas a opressão. Desde 2000, mais de 3.000 crianças palestinas foram mortas por bombas aéreas israelenses, por projéteis de tanques da ocupação e por balas de fuzil do exército colonialista na Faixa de Gaza e na Cisjordânia ocupada.



Suas obras refletem a Guernica deste tempo, a Faixa de Gaza, uma Guernica permanente, diante dos olhos e do silêncio da humanidade. Mais de dois milhões de habitantes vivem na maior prisão a céu aberto do mundo, com apenas 365 quilômetros quadrados de área; metade da população é composta por menores e crianças. O artista comprometido é testemunha de seu tempo; suas obras de arte devem ser a memória histórica do povo. Hoje, mais do que nunca, o povo palestino exige o comprometimento dos artistas em sua criação, para testemunhar tantos crimes, assassinatos sistemáticos sob bombas e a destruição de lares, hospitais, escolas, tanta limpeza étnica, apartheid, tortura, lágrimas e morte, e para exigir paz diante dos olhos do mundo.

Todas as terças-feiras, às 15h, horário da Argélia, há mais de 120 semanas, seu programa "Arte e Cultura do Mundo" é transmitido de Argel pela Rádio Argélia Internacional desde 2020, coordenado pela jornalista argelina Thouraya Boudjema. O programa abrange o compromisso intelectual de esquerda do artista com a causa do povo palestino e a história das belas artes, bem como intelectuais e escritores anticolonialistas comprometidos com seus povos, como Frantz Fanon, pela libertação da Argélia do colonialismo francês, e o escritor palestino Ghassan Kanafani, entre outros.

 



Ele é o autor de "A Declaração de Argel: Arte em Resistência pela Palestina Livre", um verdadeiro manifesto do compromisso intelectual do artista com seu tempo. Foi transmitido da Argélia em espanhol e ouvido em todas as cidades e lares da Argélia, tendo também sido transmitido para a América Latina e a Espanha.

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