“Chile Estyle”, o documentário sobre muralismo e arte de rua que chega aos cinemas

“Chile Estyle”, o documentário sobre muralismo e arte de rua que chega aos cinemas

Com foco em três artistas de rua — Alejandro “Mono” González, Ceki e Inti — a estreia acontece nesta quinta-feira em Valparaíso. O filme também conta com artistas como Bisy, Juana Pérez e Anis, que fazem parte de um forte movimento feminino na cultura de rua chilena.
Um documentário sobre muralismo e arte de rua que chega aos cinemas esta semana.

Este é o "Chile Estyle", que explora o passado e o presente da tradição da arte de rua do Chile, misturando muralismo político e grafite, que fazem parte da vida cultural e política chilena desde a década de 1960.

Três artistas de rua, Alejandro “Mono” González, Ceki e Inti, levam o espectador em uma jornada através dos muros de diferentes cidades do Chile, exibindo seus próprios trabalhos e processos criativos, bem como os de seus colegas.
Chile Estyle estreará nos cinemas na quinta-feira, 22 de maio, às 19h. no Insomnia, Teatro Condell em Valparaíso, e na sexta-feira, 23 de maio, às 18h45. no Centro Arte Alameda – Sala Ceina.

Ambas as exibições terão um fórum cinematográfico posterior, onde conversaremos com renomados artistas que colaboraram na criação do filme: Mono González, Iván Miranda (Saile), Isidora Rivas (Bisy) e Daniel Marceli.
Festival Inédito

Este filme, estreado na última edição do Festival Inedit, nos leva em uma viagem por um mundo de descobertas, começando pela Brigada Ramona Parra e seu legado na pintura política. Incorpora também elementos do grafite de Nova York e São Paulo, além da pop art, com temas e motivos nativos americanos, chegando a uma síntese de ingredientes que criou um estilo chileno de arte de rua.

Como uma expressão cultural com fortes implicações políticas e sociais, essa forma dinâmica de expressão artística é inegavelmente importante nos níveis nacional, latino-americano e global. Santiago do Chile é hoje considerada (por Hervé Chandès, diretor da Fundação Cartier para Arte Contemporânea), juntamente com São Paulo, uma das duas capitais mundiais do grafite.

Três personagens principais ancoram o filme, cada um representando uma era específica, refletindo como a arte de rua refletiu a história social do Chile.
Três personagens

Um deles é “Mono” González, um dos fundadores e impulsionadores da estética das Brigadas. Ramona Parra compartilha o desenvolvimento das Brigadas no final dos anos 60.

Ele conta como as brigadas apoiaram a campanha presidencial de Allende com grandes murais de agitação e propaganda. Também relata os primórdios do muralismo no Chile na década de 1940, quando Siqueiros, o renomado mestre mexicano, pintou na Escola do México, em Chillán, Chile. Ele também compartilhará sua visão revolucionária da arte pública. Conecta o passado com o presente.



Cekis, que agora mora em Nova York, é um dos fundadores do movimento do grafite moderno, que tomou forma no início dos anos 1990. Ele conta como o grafite começou no final da ditadura de Pinochet no Chile. Ele também nos contará sobre a nova cena do grafite e como ela se tornou uma das potências da América Latina.

Inti é um dos artistas de rua mais importantes do Chile. Natural de Valparaíso, ele agora vive na Europa. O documentário o acompanha de Valparaíso e Santiago até Montreal e Paris, onde ele ganha fama internacional. Ela nos mostra sua entrada no sistema de galerias e como os artistas navegam pelo mundo da arte e seu desejo de pintar na rua. Seu trabalho pessoal é profundamente enraizado no sincretismo e na remixagem de diferentes culturas.

São três personagens que representam três gerações diferentes de artistas que pintaram nas ruas chilenas.
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