José María Velasco: O pintor paisagista mexicano deixou um pedacinho do México na Grã-Bretanha
O pintor mexicano se tornou o primeiro mexicano a expor individualmente na National Gallery de Londres.
O mais icônico pintor paisagista mexicano do século XIX, José María Velasco, conquistou o Reino Unido. Pela primeira vez na história, a prestigiosa National Gallery de Londres dedicará uma exposição individual a um artista latino-americano, e o escolhido é o nosso Velasco!
A exposição, intitulada “José María Velasco: Uma Vista do México”, foi um sucesso cultural que celebrou os 200 anos de relações diplomáticas entre o México e o Reino Unido.
A exposição esteve em cartaz na National Gallery, em Londres, de 29 de março a 17 de agosto. Em seguida, viajará para os Estados Unidos, no Instituto de Arte de Minneapolis, onde ficará em cartaz de 27 de setembro a 4 de janeiro de 2026.
Da Cidade do México a Londres: Uma Jornada com Paisagens Épicas
Para esta exposição, cerca de 30 obras, entre pinturas e desenhos, serão reunidas de coleções públicas e privadas mexicanas. O Museu Nacional de Arte (MUNAL), na Cidade do México, foi o de maior destaque, emprestando 17 obras-primas do pintor. Entre as peças expostas, estavam peças do acervo do Museu Nacional da República Tcheca, sediado em Praga. Neste país da Europa Central, a obra de Velasco inclui algumas peças muito valorizadas.
Em visitas a esta sala especial na National Gallery, os latino-americanos puderam conhecer aspectos do México independente. "É uma exposição que comoveu muito os mexicanos pela impressionante obra", comentou Isabel, guia de museu chilena que explicou a obra do artista aos falantes de espanhol.
"Para muitos latino-americanos, a produção cultural mexicana ficou gravada em suas mentes. O cinema e a televisão nos ensinaram a pronunciar Popocatépetl, mesmo que não consigamos acertar", diz ele, rindo.
"As paisagens monumentais da antiga Cidade do México estão gravadas em nossas mentes pelo que vimos nos filmes por tantos anos."
Visitantes colombianos, argentinos e chilenos gostaram muito; "É quase um triunfo compartilhado", disse o guia, entusiasmado.
José María Velasco tornou-se famoso por suas magníficas pinturas do Vale do México, onde retratou a paisagem caótica, porém bela, que cercava a capital. Suas obras são uma mistura de beleza precisa e uma vibração poética que capturou a mudança social e a industrialização do país como nenhuma outra.
Embora Velasco seja um deus no México e sua obra tenha viajado pelos Estados Unidos e pela Europa em sua época, ele é virtualmente desconhecido fora de seu país. De fato, nenhuma de suas obras está em coleções públicas britânicas, e sua última grande exposição fora do México foi há quase 50 anos, no Texas.
Quem foi José María Velasco? O gênio que pintou o México
Este pintor de paisagens nasceu em 6 de julho de 1840, em Temascalcingo, José María Velasco, Estado do México. Suas contribuições o tornaram o artista mais importante do século XIX no México. Sua fama não se deve apenas ao seu talento com o pincel, mas também à sua obra, à maneira como uniu arte e ciência para capturar a essência de seu país.
Velasco não era apenas um artista; ele também era um polímata: botânico, naturalista e geólogo. Esse fascínio pelo mundo natural se reflete em sua obra, onde cada detalhe da flora, geologia e paisagens do México é pintado com precisão quase científica, mas com uma beleza incomparável.
Ele faleceu em 26 de agosto de 1912. Embora tenha sido aclamado internacionalmente em sua época, Velasco é um tesouro da história da arte mexicana que merece ser redescoberto em todo o mundo.
O artista que foi muito mais que um pintor
Velasco não era apenas um mestre com o pincel; ele era um verdadeiro gênio. Ele era botânico, naturalista, geólogo e profundamente interessado em história. Para ele, a arte não era apenas criar beleza, mas uma forma de compreender e expressar o conhecimento científico do mundo.
A exposição teve seis seções temáticas que nos levarão por 50 anos de sua carreira. Exploraremos seu fascínio a partir da perspectiva de sua obra, desde sítios arqueológicos e geologia até sua preocupação com a forma como a indústria estava afetando a paisagem.
E para quem comparecer, há um bônus: você poderá conectar a obra de Velasco com outras obras da National Gallery, como "A Execução de Maximiliano", de Manet, e ficará pensando em como os artistas do século XIX viam a colonização e a modernidade.
Esta exposição é um passo gigantesco para dar a Velasco o reconhecimento mundial que ele merece e um sinal de que a arte latino-americana está mais viva do que nunca nos museus europeus.
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