Arte Pela Palestina regressa com programação multidisciplinar em Lisboa
Três dias dedicados à cultura, resistência e solidariedade entre 9 e 11 de Outubro, com entrada livre na Casa do Comum.
Arte Pela Palestina está de volta à capital entre 9 e 11 de Outubro, transformando Lisboa num espaço de encontro, resistência e solidariedade. Esta segunda edição distribui-se por vários locais — Casa do Comum, Auditório Camões, Teatro do Bairro e Outra Cena — e inicia-se oficialmente a 8 de Outubro com uma soft opening, em que se destaca a estreia nacional do filme “All That’s Left of You”, da realizadora palestina Cherien Dabis, nome influente do cinema internacional e autora de trabalhos reconhecidos em televisão e cinema.
Ao longo de três dias, o evento propõe uma programação multidisciplinar que cruza música, cinema, artes visuais, teatro, debate, gastronomia e oficinas criativas. Uma das grandes apostas do Arte Pela Palestina reside no leilão solidário de obras de artistas portugueses e estrangeiros, incluindo nomes como Akacorleone, Fernanda Fragateiro, Gabriela Albergaria, Cristina Branco, Isabel Abreu, André Letria, Wasted Rita, Cristina Sampaio, Rita Red Shoes, Luca Argel, Luísa Sobral, Mantraste, Scuru Fitchadu e Sanja Vrzic & Diogo Pereira, entre outros. As receitas revertem integralmente para organizações humanitárias que atuam na Palestina, reforçando a dimensão interventiva do projeto.
Na música, a programação de concertos e DJ sets apresenta diversidade de géneros e gerações. O público pode assistir a mini-concertos de Benjamim, Carlos Bica & Gonçalo Neto, Orca, Tiago Gomes & Flak, bem como a atuações e performances de Handala Dabke, Joana Craveiro e Leonor Keil. Os DJ sets e mesas de mistura reúnem Jorge Caiado b2b Bernardo Vaz, Luís Varatojo, Mãe Dela, Selecta Alice, Violet b2b Wugori, protagonizando diferentes ambientes sonoros pelos vários espaços parceiros.
No cinema, para lá da soft opening, há duas sessões de curtas palestinianas, uma em parceria com o Levante Cineclube, dedicada a filmes realizados por mulheres, e outra com curadoria do DIY Museum x Bay2Gaza’s Solidarity Cinema #1, incluindo obras como “Mnemosyne”. O Auditório Camões acolhe a performance “Amor em Tempos de Apartheid”, do coreógrafo e bailarino palestiniano Sharaf DarZaid, acompanhada por Maen El Ghoul, explorando os dilemas da ocupação através da arte do movimento. No teatro, destaca-se a leitura encenada de “The Gaza Monologues”, do Ashtar Theatre, apresentada por Rafael Balão e interpretada por um elenco extenso, onde figuram nomes como Cláudia Semedo, Filipe Vargas, Flávia Gusmão, Teresa Sobral, Tânia Alves, Cleo Diara e Joaquim de Almeida, entre outros.
As exposições reúnem dezenas de artistas e expandem-se pela Casa do Comum, Museu da Preguiça e outros espaços adjacentes. Em parceria com o coletivo Insana, que preserva o património e amplifica vozes do Levante, a secção artística apresenta obras que cruzam a Palestina com realidades do Líbano e de Portugal, sublinhando o papel das mulheres na construção de memória e identidade.
No campo da gastronomia, haverá workshops de cozinha palestiniana dinamizados por Manar Aali, além de jantares tradicionais abertos ao público, que convidam a experimentar os sabores e a hospitalidade da Palestina. Nos workshops criativos, o público pode participar em oficinas de fanzines, cerâmica, bordado e ilustração com nomes como Alexandre Esgaio, Clara Rego, Ana Carmela e Catarina Sobral. Diariamente, o Mosca Estúdio assegura a tradicional oficina de serigrafia DIY.
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