O mercado de arte está se recuperando: as vendas de 10 milhões de dólares em 2025
De Gustav Klimt a Frida Kahlo e Picasso, um olhar sobre as obras mais cobiçadas nas principais casas de leilão
Após quase cinco anos de recessão, o mercado de arte vivenciou um ano excepcional com o leilão de algumas das obras mais emblemáticas do século XX, com o artista austríaco Gustav Klimt como estrela indiscutível, com três de suas obras ocupando os primeiros lugares.
A obra-prima de Klimt, "Retrato de Elisabeth Lederer", roubou a cena ao ser vendida por US$ 236,3 milhões (aproximadamente € 218 milhões) durante um leilão da Sotheby's em Nova York, em novembro, superando em muito a estimativa pré-venda de US$ 150 milhões e estabelecendo um novo recorde para o artista como a obra de arte moderna mais cara já vendida.
A distinção desta pintura reside tanto no seu valor económico como na sua história: pertenceu a Leonard Lauder, um dos colecionadores mais influentes, que faleceu em junho aos 92 anos.
O retrato, caracterizado pelo estilo inconfundível do movimento secessionista austríaco, mostra Lederer rodeado de motivos ornamentais, dragões estilizados e figuras chinesas flutuantes, consolidando a obra como um dos principais destaques da temporada. Este lote ultrapassou o próprio recorde de Klimt, excedendo os 108 milhões de dólares alcançados num leilão anterior realizado em Londres em 2023.

Outras duas obras de Klimt da coleção Lauder também entraram na lista das dez obras mais caras leiloadas este ano. “Blumenwiese”, uma paisagem de um prado florido, atingiu os 86 milhões de dólares, ultrapassando ligeiramente a estimativa de cerca de 80 milhões de dólares.
Enquanto “Waldabhang bei Unterach am Attersee” (“Encosta da Floresta perto de Unterach am Attersee”) foi vendida por US$ 68,3 milhões, ficando ligeiramente abaixo da estimativa de US$ 70 milhões. Essas três obras foram vendidas no mesmo leilão da Sotheby’s em novembro.
Nesse sentido, Nova York tornou-se mais uma vez o centro do mundo dos leilões, deixando para trás os mercados europeu e asiático.
Vincent van Gogh, presença constante nos rankings de fim de ano, ficou em quarto lugar com “Romans parisiens”, que alcançou US$ 62,7 milhões sem estimativa prévia, em outro leilão da Sotheby’s.
Enquanto isso, a obra “31 (Listra Amarela)”, de Mark Rothko, também superou as expectativas, sendo vendida na Christie’s por US$ 62,1 milhões, ultrapassando a estimativa mínima de US$ 50 milhões, conforme anunciado pela Christie’s após arrecadar US$ 690 milhões em seu leilão de arte do século XX.
A lista também inclui um novo recorde para Frida Kahlo. Sua icônica pintura de 1940, “O Sonho (A Cama)”, alcançou US$ 54,6 milhões, dentro da faixa estimada de US$ 40 a US$ 60 milhões, e foi vendida na Sotheby’s em 20 de novembro.

Com essa transação, Kahlo reafirma sua presença entre as obras de arte latino-americanas de alto valor no circuito global. Ela não é mais apenas a artista mulher mais importante da região, mas também do mundo, já que a pintura superou o recorde anteriormente detido pela artista americana Georgia O’Keeffe, que foi vendida por US$ 44,4 milhões em 2014.
Entre as principais figuras da vanguarda contemporânea, Jean-Michel Basquiat se destacou, com sua obra “Crowns (Net Weight)” alcançando US$ 48,3 milhões, superando a estimativa inicial de US$ 35 milhões a US$ 45 milhões no mesmo dia em que Klimt foi coroado o artista mais caro.
A abstração geométrica foi representada por Piet Mondrian. “Composition with Large Red Plane, Bluish Gray, Yellow, Black and Blue” — da coleção Leonard e Louise Riggio — foi vendida por US$ 47,5 milhões na Christie’s em 12 de maio, um valor significativo, embora não tenha atingido os recordes anteriores do artista.
O impressionismo também figurou entre os lotes mais procurados. “Water Lilies”, de Claude Monet, alcançou US$ 45,4 milhões no leilão da Christie’s em 17 de maio, o mesmo evento em que “The Lecture (Marie-Thérèse)”, de Pablo Picasso, ficou em décimo lugar, também vendida por US$ 45,4 milhões.
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