Trienal de Arte Latino-Americana de Nova York (NYLAAT)

Trienal de Arte Latino-Americana de Nova York (NYLAAT)

A projeção da arte contemporânea latino-americana no cenário internacional sempre contou com diferentes plataformas para sua consolidação. Nesse caso, a Trienal de Arte Latino-Americana de Nova York (NYLAAT), uma das mais relevantes das últimas décadas, permitiu a inclusão de figuras dominicanas como Ezequiel Taveras, que assumiu o cargo de Curador-Chefe, acompanhado por Alexis Mendoza (artista cubano), membros do júri da edição de 2025 deste evento.

Desde sua origem como bienal no Bronx, em 2008, até sua posterior transformação em trienal, a NYLAAT promoveu um diálogo cultural entre o Caribe, a América Latina e os Estados Unidos, facilitando um espaço onde convergem identidades, memórias e discursos sobre migração, tecnologia, território e sustentabilidade. Sua abordagem descentralizada, que integra espaços em instituições como a Lehman College Art Gallery e o LMCC Art Center em Governors Island, permite uma visão ampla da cena artística latino-americana, exibindo tanto a diversidade e a força política quanto a natureza poética da criação visual na região.



Nesse contexto, destaca-se a participação de outros artistas dominicanos, como Mary Frances Attías, com sua obra "La Colmena Humana" ou "A Colmeia Humana", defendida como "Uma proposta que busca gerar conversas sobre as consequências colaterais dos processos de gentrificação por meio da arte, com foco específico nos efeitos que se desenvolvem nas proximidades do Ozama, um dos principais cursos de água da República Dominicana. Este rio, que deve seu nome aos índios Taino, deságua no Mar do Caribe após dividir a cidade de Santo Domingo e margear o centro histórico, conhecido como Cidade Colonial, uma das principais atrações turísticas para moradores e visitantes.
Este políptico apresenta diferentes perspectivas ou pontos de vista do entorno, exibindo sua transformação diante dos fenômenos que ocorrem ao seu redor. Os processos de desenvolvimento geram mudanças no patrimônio urbano e arquitetônico das cidades que implicam o deslocamento dos habitantes que tradicionalmente ocupavam esses espaços, criando um novo reagrupamento demográfico e, portanto, um novo simbolismo visual de progresso refletido na sociedade. Este trabalho propõe que a comunidade humana, por meio de sua perspectiva, contribua para a A capacidade reflexiva da cidade, influenciando o design, o planejamento e a construção, como um impulso evolutivo ou, por vezes, regressivo.

Apesar da crescente ênfase na importância de uma abordagem integral e inclusiva, essas práticas oferecem uma visão de "revalorização" onde a busca pela sustentabilidade econômica prevalece sobre as questões sociais, gerando novas situações de marginalização e deslocamento.

Essa influência, juntamente com Carmen Lizardo, também dominicana, e a participação de outros artistas de origem caribenha, como Ángel Urrely, Linet Sánchez e Winslon (todos cubanos), assume especial relevância, pois reafirma a presença do Caribe no mapa da arte contemporânea latino-americana e contribui para o posicionamento da produção artística em escala global, conectando sensibilidades locais com as questões estéticas e sociais do continente.
Uma grande oportunidade que ressalta a vitalidade de uma cena que não apenas busca visibilidade, mas também influencia os debates atuais sobre identidade, memória e transformação urbana.

Manifesto NYLAAT: Comitê Organizador e Curatorial da Trienal de Arte Latino-Americana de Nova York (NYLAAT) tem o orgulho de anunciar a exposição na Hostos Art Gallery. A Trienal de Arte Latino-Americana de Nova York (NYLAAT) de 2025 revive o diálogo histórico entre arte e arquitetura, transformando-o em uma ferramenta para a reconstrução social. Embora essa fusão remonte à antiguidade, a vanguarda a reinventou como um motor de identidade coletiva — uma visão que ressoa fortemente na América Latina contemporânea. A arquitetura recente sintetiza raízes indígenas, legados coloniais e inovação modernista, criando monumentos vivos de resiliência cultural. A NYLAAT 2025 questiona esses espaços híbridos, onde intervenções artísticas ativam o potencial da arquitetura para moldar emoções, comunidade e consciência política. A Trienal responde a diálogos urbanos urgentes: precariedade climática, gentrificação e os paradoxos da globalização. Artistas e arquitetos colaboram para decodificar cidades por meio de estratégias visuais radicais — mapeamento de perspectivas aéreas, de rua e subterrâneas.

Essas obras desafiam o consumo passivo do espaço, propondo, em vez disso, arquiteturas participativas que questionam quem molda o imaginário cívico. Instalações, performances e design estrutural, NYLAAT 2025 oferece modelos alternativos para a união entre arte e arquitetura: onde os materiais dialogam com o deslocamento, as fachadas se tornam telas de protesto e as praças se tornam locais de memória coletiva. Não se trata de experimentação estética em si, mas de uma exploração urgente de como os ambientes construídos podem redistribuir o poder social.
Fonte