A empresária e filantropa Adriana Cisneros continua a consolidar o legado familiar que liga a família Cisneros à arte latino-americana. Sua aparição pública mais recente no Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA) foi mais do que um evento cultural: representou uma homenagem a seu pai, Gustavo Cisneros, e à sua incansável missão de promover a riqueza artística da América Latina em todo o mundo.
A ocasião foi especial. O MoMA inaugurou a exposição “Wifredo Lam: Quando Não Durmo, Sonho”, a primeira grande retrospectiva nos Estados Unidos dedicada ao pintor cubano em mais de quatro décadas. A exposição apresenta a obra “Grande Composição” (1949), recentemente adquirida pelo museu em memória de Gustavo Cisneros, como uma homenagem à sua visão da arte como uma ponte entre culturas.
“Esta exposição é uma celebração da criatividade latino-americana e do seu impacto global”, disse Adriana Cisneros durante a inauguração, acompanhada por sua mãe, Patricia Phelps de Cisneros, uma das principais colecionadoras e promotoras de arte latino-americana no mundo.
O Poder da Arte como Legado Familiar
A presença da família Cisneros no cenário cultural global não é recente. Através da Coleção Patricia Phelps de Cisneros (CPPC), a família tem defendido a arte latino-americana há décadas, com ênfase especial na arte moderna e contemporânea. A inclusão de “Grande Composição” no MoMA representa uma nova etapa nesse compromisso.
A pintura, criada em 1949 por Wifredo Lam, combina óleo e carvão sobre papel montado em tela e é considerada uma das obras mais significativas de sua carreira. A inclusão da obra na coleção permanente do MoMA não apenas amplia a presença da arte latino-americana em um dos museus mais prestigiados do mundo, como também reafirma a importância do diálogo cultural entre a América Latina e os Estados Unidos, causa que Gustavo Cisneros defendeu incansavelmente.
Para Adriana, atual CEO do Grupo Cisneros, a arte transcende a estética: é uma ferramenta para conectar, educar e transformar. Sua liderança na empresa familiar mantém essa filosofia, combinando inovação empresarial com um profundo compromisso cultural e social.
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“Wifredo Lam: Quando não durmo, sonho”: um novo olhar sobre o modernismo global
A exposição, aberta ao público de 10 de novembro de 2025 a 11 de abril de 2026, reúne mais de 130 obras de coleções internacionais, incluindo a coleção Cisneros. Com curadoria de Christophe Cherix, diretor do MoMA, a exposição oferece uma releitura do legado de Lam, explorando como sua arte desafiou as narrativas eurocêntricas do modernismo.
Lam, de ascendência chinesa, africana e espanhola, usou sua identidade híbrida para construir uma linguagem visual que combinava o surrealismo com a espiritualidade afro-cubana. Sua obra torna-se, assim, um símbolo de fusão cultural e resistência.
Para Adriana Cisneros, esta exposição reflete os valores que sua família promove há gerações: diversidade, inclusão e a celebração do talento latino-americano. “Meu pai acreditava profundamente no poder da arte para unir as pessoas. Esta homenagem no MoMA mantém viva essa convicção”, observou ela.
Uma Ponte entre o Passado e o Futuro da Arte Latino-Americana
Com este gesto, Adriana e Patricia Phelps de Cisneros reafirmam o papel da América Latina no cenário artístico mundial. A participação ativa de colecionadores, fundações e empresários latino-americanos em instituições como o MoMA demonstra que a arte da região não só pertence ao seu contexto local, como também dialoga em pé de igualdade com os principais movimentos internacionais.
Ao explorar os sonhos, símbolos e contradições da identidade latino-americana, a exposição de Lam convida à reflexão sobre o futuro: quais novos artistas darão continuidade a esse legado?
Nas palavras de Adriana Cisneros, o verdadeiro valor da arte reside na sua capacidade de inspirar e conectar gerações. Sua presença na inauguração da exposição no MoMA não foi apenas uma homenagem à família, mas também uma afirmação da liderança cultural, na qual as mulheres latino-americanas se destacam como embaixadoras da arte, da inovação e da memória coletiva.
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