Espera-se que "O Sonho (A Cama)", de Frida Kahlo, quebre o recorde de um milhão de dólares em leilão da Sotheby's

Espera-se que "O Sonho (A Cama)", de Frida Kahlo, quebre o recorde de um milhão de dólares em leilão da Sotheby's

O próximo leilão de arte coloca esta pintura no centro de um renovado boom surrealista, com estimativas que podem estabelecer um valor sem precedentes para uma artista latino-americana.

Frida Kahlo e "O Sonho (A Cama)" desafiam o mercado global: a obra pode estabelecer um novo marco para a arte latino-americana.

A Sotheby's anunciou que o autorretrato, pintado em 1940, será oferecido com um preço estimado entre US$ 40 e US$ 60 milhões, um valor que pode remodelar o cenário das grandes vendas e elevar o valor de uma obra criada por uma artista do continente a novos patamares.

Frida Kahlo e "O Sonho (A Cama)"
Com isso, a casa de leilões prevê um impacto significativo no cenário surrealista, impulsionando as buscas e o posicionamento na arte moderna, no mercado surrealista e em pintoras emblemáticas do século XX. No centro do anúncio está uma obra cujo poder simbólico vem sendo estudado há décadas. A tela retrata a artista reclinada, rodeada por motivos orgânicos que aludem ao retorno da vida e acompanhada por um esqueleto suspenso — uma visão que explora noções de fragilidade, transição e reconstrução emocional.

Criada pouco depois de sua separação de Diego Rivera, a composição utiliza novamente a cama como território narrativo: um lugar onde convergem sua dor física, sua criação mais íntima e seu diálogo com a tradição visual mexicana.

Segundo especialistas da própria casa de leilões, a pintura representa um ponto de interseção entre o modernismo europeu, o simbolismo mexicano e as explorações psicológicas do Surrealismo.

Essa perspectiva posiciona a pintura como uma ponte entre movimentos e gerações, especialmente agora que o reconhecimento internacional está crescendo para artistas como Remedios Varo, Leonora Carrington e Kati Horna.

O crescente interesse por esse movimento, que dobrou sua presença desde 2018, segundo análises internas, abre um espaço onde a obra de Kahlo é percebida como fundamental para a compreensão das transformações do período. Ressurgimento do Surrealismo

A obra, mantida por mais de quatro décadas em uma coleção particular dedicada ao surrealismo, está em exibição em Nova York antes do leilão final.

Para os especialistas, vê-la em diálogo com obras da mesma época ressalta o papel que a artista desempenhou na expansão da arte moderna e na reinterpretação da iconografia surrealista na América.

Se o leilão atingir as projeções mais altas, Frida Kahlo e "O Sonho (A Cama)" encerrarão um capítulo histórico para o mercado de arte, consolidando a pintora como uma das vozes mais influentes e duradouras do século XX.

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