Seis galerias argentinas participam da feira brasileira, uma importante vitrine para o cenário artístico latino-americano e mundial, que acontece até domingo.
Obras de artistas argentinos como Ad Minoliti, Max Gómez Canle, Chiara Baccanelli e Eduardo Mac Entyre também são exibidas em estandes internacionais na feira ArPa em São Paulo, ampliando a visibilidade da arte argentina para além dos espaços administrados por galerias argentinas. Seis galerias argentinas participam da quarta edição deste evento de arte contemporânea, que acontece até domingo, 1º de junho, no Mercado Livre Arena Pacaembu, espaço emblemático do patrimônio arquitetônico e cultural da cidade.
Desde sua primeira edição em 2022, a feira ArPa se consolidou como um dos eventos de maior destaque do cenário artístico brasileiro e latino-americano. A edição atual reúne cerca de 50 galerias do Brasil, Argentina, Colômbia, Espanha, Estados Unidos, México e Portugal, e se caracteriza por uma curadoria rigorosa, infraestrutura de alto nível e uma programação que incentiva a troca de perspectivas entre os curadores convidados.
A presença argentina se distribui por diversas seções com curadoria da organização da feira. No Setor Principal, a galeria COTT apresenta a individual de Lucila Gradín, que explora técnicas tradicionais de tingimento com espécies nativas como o pau-brasil (Paubrasilia echinata) e o pau-trombe (Haematoxylum campechianum). Essas obras abordam o impacto da colonização europeia nos territórios altamente biodiversos das Américas, mostrando como esses processos transformaram radicalmente a vida e o meio ambiente do continente.
No mesmo setor, as galerias Isla Flotante e Calvaresi Contemporáneo compartilham um estande com obras de Pablo Accinelli, Valentín Demarco e Alfredo Spampinato. Por sua vez, a galeria Sendros expõe obras de Mauro Agustín Cruz e Itamar Hartavi, diversificando a representação argentina na feira.
A seção UNI, com curadoria de Ana Sokoloff, também conta com a participação argentina. A galeria Ruth Benzacar apresenta a individual de Florencia Rodríguez Giles, composta por uma série de desenhos — alguns já expostos no The Drawing Center, em Nova York — e máscaras utilizadas em performances realizadas em instituições como o Museu Reina Sofía, o Institut d’Histoire de l’Art, em Paris, e o Palais de Tokyo. A artista também participará de uma exposição coletiva no Instituto Tomie Ohtake.
Na mesma seção, a galeria Constitución expõe esculturas móveis de Antonio Villa, feitas com materiais precários e reciclados, que remetem ao doméstico, ao turístico e ao artesanal. Como parte da estratégia de internacionalização cultural promovida pela Agência Argentina de Investimentos e Comércio Internacional (AAICI), estão sendo organizadas visitas guiadas e ações promocionais. Entre elas, destacam-se dois tours por galerias argentinas: um com Fernanda Ingletto Vidigal, curadora e consultora de arte no Brasil para a plataforma 2.artlovers, e outro coordenado por Gonzalo Lagos (Meridiano) e Mariana Ron, chefe de Indústrias Criativas da Agência.
O tour guiado de Lagos também inclui estandes internacionais com obras de artistas argentinos, como Agustina Ferreyra (México), Casa Triângulo (Brasil) e Coral Gallery (Estados Unidos). Essas iniciativas buscam estreitar os laços entre colecionadores, galeristas, curadores, empreendedores culturais residentes no Brasil e representantes diplomáticos argentinos, com o objetivo de ampliar as oportunidades comerciais para a arte argentina. A participação da Argentina na ArPa faz parte de uma agenda estratégica de promoção internacional da arte contemporânea, coordenada pela AAICI em conjunto com o Ministério das Relações Exteriores, Comércio Internacional e Culto, a Secretaria Nacional de Cultura, o Consulado Geral e o Centro de Promoção Argentino em São Paulo e Meridiano, e a Câmara Argentina de Galerias de Arte.
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