Abriga 40 legados de artistas latino-americanos

Abriga 40 legados de artistas latino-americanos

Patrimônio artístico: nasce uma associação para proteger os legados de 40 mestres da arte latino-americana

Chama-se Associação de Legados da Modernidade Americana (ALMA).
Abriga 40 legados de artistas latino-americanos, dez deles argentinos.
Sua missão é proteger, gerir, promover e divulgar a obra de artistas como Leonora Carrington, Carlos Mérida e Ennio Iommi.
Com a incorporação (até o momento) de 40 legados, 10 deles da Argentina e pertencentes a artistas latino-americanos, incluindo Leonora Carrington (México), Carlos Mérida (Guatemala), Rodolfo Abularach e Elmar Rojas (Guatemala), Carlos Cruz Diez (Venezuela), Lucy Tejada e Omar Rayo (Colômbia), Enrique Tábara (Equador), Mariano Rodríguez (Cuba), Emilio Rodríguez Larraín (Peru), Enrique Arnal (Bolívia), Magda Frank, Ennio Iommi, Eduardo Mac Entyre, Miguel Ángel Vidal e Miguel Ocampo (Argentina), nasceu a Associação de Legados da Modernidade Americana (ALMA), com a missão de proteger, administrar, promover e divulgar a obra desses criadores e proteger os direitos de seus herdeiros e legatários. A associação também é composta por diversas fundações, curadores, gestores culturais e advogados especializados em arte. Entre os membros honorários estão artistas na casa dos noventa, mas ainda em plena produção, como a equatoriana Olga Dueñas, o argentino César Paternoso e o chileno Mario Toral.

Para dois dos fundadores da ALMA, que também lideram a associação — o equatoriano Eduardo Tábara, presidente da Fundação Cultural Enrique Tábara, e a guatemalteca Ximena Fernández Abularach, herdeira de seu tio Rodolfo Abularach — uma associação desse tipo era necessária para enfrentar conjuntamente uma série de desafios comuns a todos os legados, como defender a legitimidade das obras dos mestres em circulação, preservar e valorizar os arquivos e manter, de alguma forma, a rede de amizade e colaboração que os próprios artistas outrora mantinham entre si. Um argentino, o arquiteto da ideia

O acadêmico e curador argentino Rodrigo Gutiérrez Viñuales, radicado em Granada, compartilha da mesma visão. Ele é, em muitos aspectos, o arquiteto dessa ideia. Ele a propôs em 2010, em um encontro promovido em Cali pelo colecionador colombiano Alberto Otero, fundador da Fundación Arte Vivo Otero Herrera, que incluía artistas como Rodolfo Abularach e Elmar Rojas, da Guatemala, e Omar Rayo e Pedro Álcantara, da Colômbia, além de diversos criadores e críticos de arte de Cali.

Em 2023, Eduardo Tábara, que havia participado daquele encontro em Cali representando seu pai, Enrique Tábara, juntamente com Ximena Fernández Abularach, consideraria dar vida à ideia quando se encontrassem em Madri para a abertura da exposição Antes da América: Fontes Originais da Cultura Moderna, com curadoria de Gutiérrez Viñuales.

Um primeiro passo foi firmar uma parceria com a Ojo Vulgar, revista cultural latino-americana publicada em Paris, para publicar edições monográficas dedicadas a Abularach e Tábara em 2024, como parte da celebração do centenário do primeiro manifesto surrealista. Naquela época, eles já haviam começado a moldar o futuro ALMA, lançando o edital e recrutando novos legados.

O objetivo do ALMA, que reúne legatários escolhidos de comum acordo entre as famílias dos artistas, é também consolidar uma rede de cooperação entre herdeiros, instituições, museus e entidades culturais, garantindo a preservação, o estudo e a divulgação do patrimônio artístico latino-americano para as gerações futuras.

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