Artigo

O movimento muralista mexicano-americano no sul da Califórnia tem sido frequentemente visto como arte popular por antropólogos, historiadores da arte e outros. Essa visão ignora os antecedentes históricos dos murais na tradição artística mexicana. No entanto, essa forma expressiva precisa ser explicada a partir de várias perspectivas, já que fatores sociais, políticos e econômicos ditaram a direção tomada por esse movimento. Por movimento entendo a ação de uma pessoa ou grupo de pessoas trabalhando em conjunto em direção a um objetivo específico. Essa ação surge da insatisfação com normas ou crenças populares que foram universalizadas e que excluem um segmento particular da população.

O movimento muralista mexicano de Los Angeles não começou apenas para embelezar uma área negligenciada da cidade, mas para servir como uma voz e uma declaração política dos chicanos. Os artistas fundadores do movimento mural eram imigrantes ou cidadãos americanos de primeira e segunda geração. Cada um desses grupos possuía uma formação artística distinta, que ia desde o treinamento universitário até o autodidata. De importância fundamental é o fato de que esse movimento artístico específico se distingue de outros movimentos artísticos. Ele se originou de uma rede tradicional de relações afetivas entre indivíduos ou entre um indivíduo e um grupo, em comparação com as relações intelectuais de uma pintura com outra — sejam essas relações de importância política ou estética.

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