O Ministério da Cultura do Governo do México e o Instituto Nacional de Belas Artes e Literatura (Inbal), por meio do Museu de Arte Moderna (MAM), espaço que integra a Rede de Museus Inbal, apresentam a exposição Oswaldo Vigas. Olhar para dentro, que explora, 100 anos após o nascimento do artista plástico, obras fundamentais de sua prolífica carreira, bem como seus interesses intelectuais, em diálogo com outros criadores venezuelanos, latino-americanos e europeus da época.
Esta exposição tem curadoria de Carlos Palacios, com a colaboração da Fundação Oswaldo Vigas. Estará aberto ao público no Museu de Arte Moderna até 11 de fevereiro de 2024.
A exposição reúne peças de diversas culturas africanas e sul-americanas além de cerca de 110 obras de 27 artistas pertencentes ao acervo do MAM e de acervos de instituições públicas e privadas entre os quais Manuel Álvarez Bravo Thea Segall Carlos Orozco Romero Wifredo Lam, René Portocarrero, Joaquín Roca Rey, Carlos Mérida, Francisco Matto, Lilia Carrillo, Pierre Alechinsky, Oswaldo Guayasamín, Rufino Tamayo, Emiliano Di Cavalcanti e Elsa Gramcko, entre outros.
A exposição destaca a visão pioneira do artista, que reflete a sua atenção ao seu país, aos seus habitantes e à sua cultura popular. Vigas encontrou nas manifestações materiais de sua história pré-hispânica e nas culturas, lendas e mitos indígenas, um mapa que norteou toda a sua obra pictórica, desde o final da década de 1940 até sua morte em 2014, tornando-se um dos mais importantes pintores. peças de arte latino-americana da segunda metade do século XX.
Olhar para dentro é dividido em três núcleos. No primeiro, Em Busca do Primitivo, um breve passeio pelas referências culturais e manifestações artísticas de cunho etnográfico da África e da América, bem como pela arte venezuelana pré-hispânica, são fontes fundamentais para o desenvolvimento da obra posterior do artista. Olhando para a Venezuela, o segundo núcleo analisa de forma mais profunda e clara a influência da arte pré-hispânica e dos grupos indígenas da Venezuela na obra do pintor. É evidente como as tradições e crenças populares locais, como os Diabos Dançantes, de Yare ou María Lionza, tornam-se motivos centrais na sua pintura.
No último núcleo, América Latina e o local: tempo dos mitos e da magia, são revistos vários artistas europeus e latino-americanos que, como Vigas, utilizam a ficção, o mito e a ideia de um tempo mágico para expressar a sua realidade.
A inauguração acontecerá na quinta-feira, 12 de outubro, às 19h, no Museu de Arte Moderna, localizado no Paseo de la Reforma, esquina Gandhi s/n, primeiro trecho, Bosque de Chapultepec.
Oswaldo Vigas
(1923 Valência, Venezuela – 2014 Caracas, Venezuela) Ele foi um dos mais proeminentes artistas modernos latino-americanos que ajudou ativamente a moldar a vida cultural de seu país e que, ao mesmo tempo, desempenhou um papel fundamental na cena artística parisiense entre 1952 e 1964.
Profusamente inspirado na origem da vida, na paisagem venezuelana, na sua história e na sua mitologia, Vigas opta pela vocação de pintor, baseando a sua obra numa série de estilos, como o cubismo, o surrealismo, o construtivismo, o informalismo e a neofiguração, todos aplicados de uma forma muito pessoal. Impulsionado pela procura da sua identidade mestiça, manteve-se sempre fiel às suas próprias convicções, o que o levou finalmente a desenvolver a sua própria imagem artística autêntica. Seu trabalho abrange pintura, escultura, gravura, cerâmica e tapeçaria.
Carlos Palácios
Curador e crítico de arte venezuelano residente no México desde 2010. É formado em história da arte pela Universidade Central da Venezuela e obteve o Diploma de Estudos Avançados (DEA) em história e crítica da arte pela Universidade de Barcelona e possui mestrado em Estudos Curatoriais pelo Center for Curatorial Studies do Bard College, Nova York.
Fundação Oswaldo Vigas
A Fundação Oswaldo Vigas, instituição sem fins lucrativos, dedica-se a promover a produção criativa de Oswaldo Vigas por meio do incentivo à pesquisa sobre sua obra, vida, reflexões e fontes de inspiração. O objetivo da fundação é preservar, promover e manter uma seleção da obra do artista coletada e acessível a instituições públicas, curadores e escritores.
O Museu de Arte Moderna está localizado no Paseo de la Reforma, esquina Gandhi s/n, primeiro trecho, Bosque de Chapultepec.